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O que é essa tão falada Revolução Digital?

Por Rubens Batista Jr., CFO da Martins Comércio e Serviços de Distribuição S.A.

Nos últimos tempos estamos sendo bombardeados com a ideia de uma iminente Revolução Digital já em progresso, e que aqueles que não a tomarem com seriedade e nela não embarcarem estarão enfrentando sério risco de extinção.

Os sinais que podem ser percebidos são os seguintes:

(1)    As fronteiras entre indústrias estão difíceis de ser percebidas
A Amazon e o Google são um exemplo disso. A Amazon é ecommerce; produz e distribui séries e filmes; oferece serviços de cloud entre outras inúmeras coisas. Ou seja, ela compete no varejo, com estúdios e distribuidores de filmes e empresas de tecnologia. O Google, além de ser uma empresa de tecnologia e mídia, para citar um exemplo, desenvolve um carro sem condutor. Ou seja, é uma empresa de tecnologia, mídia e uma futura montadora de automóveis?

(2)    A interação com as máquinas utilizando a linguagem natural
A interação com máquinas via comando de voz já é uma realidade e a tendência é que seja cada vez mais simples.

(3)    Robotização
A substituição de atividades repetitivas por sistemas ou máquinas é inevitável. Aquelas empresas que apostaram em BPO podem vir a sofrer. O setor de TI da Índia já sente os impactos iniciais desse movimento de substituição de pessoas por robôs.

(4)    Dado é o ativo mais valioso
A mídia social, informações já registradas e capturadas e a conexão entre máquinas e equipamentos geram um volume de dados enorme. Tal enormidade de dados é extremamente valiosa. Analisando tais dados de maneira estruturada e fazendo as perguntas certas pode-se, com uma maior assertividade e menor gasto, adquirir clientes, definir de ofertas de produto e preços – para citar apenas alguns exemplos.

(5)    Conectividade e integração
Por conectividade, eu quero dizer estar “ligado” onde quer que se esteja com outras pessoas e outros equipamentos. Por integração, quero dizer fazer vários diferentes aparelhos e equipamentos “falar e agir” em conjunto para permitir perfeita conectividade e fácil interpretação pelo usuário. Isso significa que o usuário deveria ter a possibilidade de, em todo o tempo, e independentemente do seu aparelho ou equipamento, receber informação (processada e interpretada) clara e enviá-la com suas observações/contribuições para outro usuário e interagir com tudo o que envolva sua vida cotidiana.
A Cisco, com a sua interpretação da “Internet das Coisas”, já mostra como diferentes aparelhos podem ser integrados operando em uma rede que resulta em uma vida melhor para seus usuários. Um exemplo real do impacto deste conceito em um supermercado já pode ser visto. Utilizando a tecnologia existente – sensores, wifi, internet, aparelhos móveis, o cliente pode ser reconhecido (seu perfil), receber ofertas especiais, tornar-se autônomo navegando na loja ou obtendo informação sobre produtos via vídeo e mesmo falando com alguém usando seu aparelho móvel (fabricantes poderão tornar-se mais presentes no chão de loja mesmo à distância). A gerência da loja pode, por sua vez, obter em tempo real informações mais detalhadas para agir ou reagir, igualmente, em tempo real. Isso será fantástico quando a tecnologia for testada e seus preços baixarem!

(6)    Cloud passa a ser uma plataforma de entrega
Os benefícios de cloud computing antes focados em eficiência de custo, oferecendo infraestrutura e data centers virtuais, compartilhamento de recursos, possibilidade de rápida ampliação de capacidade e pagamento por uso está em rota de evolução para ser também um canal de vendas e entrega, para citar apenas uma evolução imediata.

(7)    O cliente está a pressionar as empresas a se digitalizarem em razão de sua interação com a tecnologia
O cliente quer interagir de maneira espontânea com seus fornecedores, fazendo uso de dispositivos móveis, querem a experiência on e off-line e evitar retrabalho.

Os sinais listados acima apontam para uma realidade desafiante: essa Revolução Digital está associada a mudanças eminentes nos modelos de negócios, e consequentemente, refletidos na gestão de pessoas, desenho de processos, e na oferta e entrega de produtos e serviços. Ou seja, não é algo que deve ser relegado apenas à área de Tecnologia de Informação.

E, hoje, já existe uma grande profusão de modelos de receita, maneira de competir e de tecnologias disponíveis.

Os modelos de receita se ampliam incluindo transação, aluguel de capacidade, licenciamento, assinatura, comissão, publicidade, além da comercialização.

A maneira de desenvolver ou ampliar o modelo de negócios e de competir envolve: construir o negócio, comprar um negócio, associar-se, investir, incubar ou acelerar.

E as tecnologias já disponíveis incluem: sensores, radiofrequência, beacons, comunicação máquina à máquina, robótica, impressão em 3D, drones, blockchain, criptomoedas, realidade virtual e aumentada, Inteligência Artificial, computação cognitiva, ferramentas analíticas e aplicativos.

O fato é que mesmo de maneira inconsciente estamos já em plena transformação digital. A decisão que cabe às empresas é se terão papel de protagonistas ou de seguidores nesse processo.

E como responder a isso?

  1. Reconhecer a necessidade de transformação;
  2. Entender e mapear o que precisa ser mudado;
  3. Definir uma rota de como implantar as mudanças requeridas;
  4. Agir rápido na implantação via utilização de pilotagem.

Num processo como esse, dado sua complexidade e tecnicidade, é muito importante considerar a contratação de ajuda externa.

 

 

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