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O que um executivo pode aprender com Amyr Klink

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Fotógrafo: Guto Marques

Explorador ensina como navegar com sucesso no mar e nos negócios

O navegador Amyr Klink foi um dos palestrantes do último domingo (31/08), no CFO Forum. Ele contou como sua paixão por velejar o levou a desbravar os mares do empreendedorismo.

Sua primeira viagem à Antarctica nasceu do desejo de “possuir o tempo”. Amyr deixou para trás o trabalho em um banco mercantil, onde fazia análise financeira na época da hiperinflação, no final dos anos 1980.

 

 

“Eu não tinha tempo nem de ir ao banheiro. Foi um dos trabalhos mais inúteis da minha vida e mais inspiradores, pois comecei a prestar atenção a várias coisas em mim”

 

 

Ao deixar o emprego, seu objetivo era navegar para a Antarctica e ficar preso no continente gelado até o verão seguinte. Passar pelo menos 15 meses sozinho.

 

“Quando a gente coloca um projeto muito elaborado em prática, descobre que muitas coisas que imaginamos não vão acontecer. Na primeira semana, comecei a enxergar a importância de todas aquelas pessoas que trabalhavam para me ajudar. Eu estava sozinho e tinha que fazer calor, água potável e dar manutenção aos motores e as velas.”

 

 

O período de isolamento proporcionou um grande aprendizado: a importância do foco na execução. “Há tarefas das quais a gente nunca se livra, elas recomeçam todos os dias.” Gostou tanto da experiência que estendeu a viagem para ir ao Ártico.

Empreendedorismo

Na volta para o Brasil, percebeu que havia encontrado uma nova rota para a sua vida. “Eu adorei a viagem e percebi que não deveria esperar mais cinco anos para fazer isso de novo. Queria fazer disso o meu trabalho, e foi assim que nasceu o estaleiro.”

O estaleiro foi criado com o propósito de fazer projetos especiais de barcos. E foi essa diretriz – e não visar apenas o lucro – que acabou por tornar o empreendimento sustentável. “O fato de começar um projeto da prancheta te permite sair fora da caixa, inovar.”

Em duas décadas de navegação e 42 viagens para a Antarctica, Klink orgulha-se de nunca ter acontecido um acidente com seus tripulantes. O explorador afirmou que é preciso projetar o futuro sempre e a experiência proporciona uma noção de precisão e de ajuste muito grande.

 

 

“A cada ano temos uma experiência diferente. Ás vezes, passamos por sustos, mas a diferença é que a gente conhece o equipamento que está operando.”

 

 

 

Para navegar no caminho infinito do mar, destacou Klink, é preciso conhecer os meios para isso. E a profissão do explorador – assim como a dos executivos de finanças – é desenvolver esses meios.

“Percebi que tecnologia é a capacidade do ser humano de fazer uso do conhecimento. Hoje temos acesso a uma base de conhecimento tão extensa que o uso efetivo que fazemos dela é ainda muito pequeno. O desafio não é ter a ideia, mas torná-la viável economicamente.”

 

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