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CARREIRA
Por Ricardo Rocha, gerente executivo da Michael Page.
Em um cenário econômico estagnado e desfavorável aos investimentos e negócios, a palavra de ordem nas companhias tende a ser eficiência, tanto operacional quanto administrativa. Neste contexto de corte de custos, os executivos financeiros com esse perfil ganham protagonismo juntamente com altas lideranças, auxiliando-os na revisão de suas estruturas organizacionais, aportes em novos negócios e planejamento de médio/longo prazo, em busca de competitividade e garantia de margens satisfatórias de lucro.
Cada vez mais envolvidos em transações de alta complexidade neste momento de incertezas, principalmente como suporte estratégico para as demais áreas de negócios das organizações, os líderes financeiros precisam se envolver diretamente nas áreas sob seu escopo, tais como jurídico, recursos humanos, tecnologia da informação, administração, além da tradicional expertise financeira, para direcionar estrategicamente as companhias e viabilizar crescimento.
Outro papel que será muito exigido dos CFOs neste período é a formação de equipes de alta performance e pilares de sucessão. Uma vez que, com equipes mais enxutas, é necessário acelerar o desenvolvimento e formação técnica de seus liderados, muitas vezes desafiando-os a complementar seus conhecimentos nas demais áreas de finanças.
A Michael Page, empresa líder mundial em recrutamento executivo de média e alta gerência, realizou recentemente uma pesquisa global com cerca de 3 mil executivos financeiros de 70 países, para saber quais as prioridades para os próximos 12 meses. No Brasil, os CFOs veem a gestão de caixa e a liquidez como ação prioritária para o próximo ano. Já os europeus e asiáticos estão focados em otimização de custos.
O levantamento também revelou uma mudança de mentalidade e status da cadeira do CFO. Anteriormente visto apenas como um trampolim para futuramente assumir o cargo de CEO, agora a posição é vista como ambição de carreira. De acordo com os dados da pesquisa, 43% dos participantes se enxergam, nos próximos dois anos, na mesma posição. No entanto, com um escopo de trabalho maior. Por isso a importância do executivo ter conhecimentos complementares de outras áreas para atuar com mais brilhantismo e autonomia.
Além de atingir resultados positivos no balanço financeiro no fechamento do ano fiscal, os CFOs têm também o desafio, neste ano, de deixar a saúde financeira da companhia estável e preparar as novas bases para um crescimento orgânico e consistente, deixando assim suas organizações em uma posição mais confortável quando houver a retomada do mercado.