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As melhores práticas para elaboração e adoção de políticas de gestão de riscos de mercado foram o tema da reunião da Comissão de Tesouraria e Riscos do IBEF-SP, realizada no dia 16 de agosto.
Foi consenso entre os participantes da Comissão de Tesouraria e Riscos, em sua maioria tesoureiros e CFOs de companhias de médio e grande porte, que um correto diagnóstico das exposições incorridas pela empresa é fundamental para que a política desenhada seja efetiva e cumpra com seus objetivos, seja a proteção do caixa, do resultado ou do patrimônio.
Neste sentido, o entendimento do contexto em que a empresa está inserida é essencial, como o comportamento dos preços e práticas de repasse (de variação cambial, por exemplo) da concorrência, aceitação disso pelo cliente final e capacidade competitiva ganha ou perdida pela empresa na administração dos riscos, bem como políticas de remuneração dos gestores de risco e governança / organograma dos seus controles.
Feito o diagnóstico, a descoberta de todos os fatores de risco de preços incorridos pela companhia deve ser compartilhada com todos os departamentos, no intuito de se obter a sensibilidade de mudança de política às rotinas e acordos comerciais que a empresa e seu mercado estão habituados a praticar.
Muitas das vezes é possível terceirizar a administração do risco, quando da importação ou exportação, por exemplo, ou mesmo via acordos de compra e venda com precificação aberta e previsibilidade de desembolsos. Na impossibilidade de mitigação dos riscos dentro da operação, a busca por instrumentos financeiros (derivativos ou não) é sempre uma boa opção.
Uma vez conhecidos os riscos e suas formas de mitigação, é muito importante que a governança da sua administração seja muito clara, a fim de evitar exposição inadequada por assunção de novos riscos ou mesmo por gestão ineficiente e mitigação abaixo dos volumes expostos.
Desta forma, é fundamental que os controles dos riscos e/ou da política formalizada, assim como dos instrumentos financeiros operados, seja adequada em termos de capital humano e ferramentas, com disseminação do conhecimento necessário dentro das empresas.
Áreas de controladoria, contabilidade, fiscal, riscos e auditoria interna e externa acabam por ter papel fundamental neste controle. Principalmente quando adotada a contabilidade de hedge (hedge accounting), a fim de que se reflita nas demonstrações financeiras as práticas da tesouraria, sendo coerente com a política perante todos os públicos de interesse.
A adoção de políticas de gestão de riscos de mercado traz tanto um melhor entendimento da formação de preços e custos das companhias como a expõe a menor volatilidade, em caso de uma gestão adequada de riscos. A capacidade de planejamento ganha uma ferramenta importante e a credibilidade junto aos stakeholders aumenta, com uma maior assertividade naquilo que a direção da empresa se propõe a entregar em termos de resultado.
A reunião da Comissão de Tesouraria e Riscos acontece bimestralmente na sede do IBEF-SP, com o objetivo de discutir temas relevantes e sugeridos pelos membros da Comissão. Além de proporcionar a troca de experiência e networking do grupo.
Caso você tenha interesse em participar dos encontros, basta entrar em contato com Elaine Olivetto, líder da Comissão de Tesouraria e Riscos, pelo telefone: (11) 98581-6644.
(Artigo escrito por Rodrigo Amato, diretor da Mark 2 Market, e membro da Comissão de Tesouraria e Riscos)