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Reconhecidos pelos pares como finalistas ao Prêmio Equilibrista – CFO do Ano, Alex Malfitani (Azul Linhas Aéreas), Otávio Lazcano (Rede D’Or São Luiz) e Tiago Azevedo (Mercado Livre Brasil) compartilharam suas reconhecidas trajetórias profissionais e os legados construídos nas empresas em que atuam em live realizada pelo IBEF-SP no dia 12 de novembro. O Prêmio Equilibrista conta com o patrocínio de Deloitte e Thomson Reuters, e apoio do Grupo Fleury.
Responsável por conduzir o evento, Luciana Medeiros lembrou que a votação que elegerá o CFO do Ano é realizada pelos associados do IBEF-SP, sendo este um reconhecimento de todo o ecossistema de finanças. A cerimônia de premiação acontecerá no dia 9 de dezembro, com transmissão ao vivo pelo canal do IBEF-SP no YouTube.
Alex Malfitani – O CFO relembrou o início de sua trajetória no mercado financeiro como analista, trader e gestor de fundos. Durante a realização de um MBA nos Estados Unidos, escolheu o setor de entretenimento para seguir sua carreira com o Summer Job, vindo a trabalhar por certo período na Warner Brothers em Los Angeles. Ingressou posteriormente no setor da aviação aceitando uma oferta da United Airlines de Chicago. Convidado por David Neeleman, fundador de diversas companhias aéreas, Malfitani decidiu retornar ao Brasil em 2008 para compor a equipe de seis pessoas que viria a fundar a Azul Linhas Aéreas, empresa que hoje lidera o mercado doméstico de aviação.
Malfitani salientou que participou de momentos muito marcantes como a fundação e o processo de escolha do nome da companhia, vivenciou a expectativa da venda do primeiro bilhete aéreo da Azul, da entrega da primeira aeronave, do primeiro voo da empresa e a comemoração do seu primeiro aniversário. “A Azul não é um emprego, é quase uma missão. Para nós que a fundamos, a empresa é um legado. O nosso maior desejo é que ela dure para sempre, que possamos um dia estarmos aposentados na praia olhando para cima, ver um avião da Azul passando e lembrar, com orgulho, que nós ajudamos a construi-la”, disse o CFO.
Superação de adversidades – Malfitani apontou a crise gerada pela pandemia de COVID-19 como o momento mais difícil de sua carreira como CFO, principalmente pela velocidade e intensidade dos eventos. A companhia vinha apresentando bons números e estava entre as mais rentáveis do mundo em 2019. “Nosso planejamento para 2020 era crescer 20%, estávamos investindo e pisando fundo no acelerador. Passamos do melhor ano da nossa vida a considerar o chapter 11 (recuperação judicial) em menos de 90 dias. Vimos reduzir de 900 para 70 voos por dia. Tivemos dias de vendas negativas, quando o número de cancelamentos era maior que de passagens compradas. Não tínhamos nem onde estacionar toda a frota de aviões, o que por si só já foi um desafio.”
Com o passar do tempo foi possível visualizar uma solução em parceria com fornecedores e funcionários – que abriram mão de participação nos lucros e salários – em contraposição ao chapter 11. “Com essas medidas foi possível obter um alívio no fluxo de caixa da ordem de R$ 6 bilhões e estancar a queima de caixa para focar na operação e na retomada”, explicou Malfitani.
Otávio Lazcano – O CFO da Rede D’Or São Luiz, economista de formação, afirmou ter tido a sorte de passar por empresas absurdamente competentes no que se propunham a fazer. Da mesma maneira, afirmou ter trabalhado com Executivos e profissionais inspiradores que tiveram papel fundamental na sua formação.
O CFO de RedeD’Or iniciou a sua carreira na Aracruz Celulose, atual Suzano, referência em finanças corporativas do país a época, primeira empresa a emitir títulos de dívida no mercado internacional pós moratória e normalização de relações financeiras com o exterior, primeira empresa Brasileira a emitir ações na NYSE.
Entre 2001 e 2009, Lazcano atuou como CFO da Companhia Siderúrgica Nacional na qual foram realizadas diversas operações financeiras que permitiram a transformação do que era, então, a empresa com menor custo de produção em siderurgia de aços planos em um grande complexo de mineração, de produção de cimento, de aços longos, de infraestrutura com ativos relevantes de geração de energia, portos e participação em ferrovias. Antes de chegar à Rede D’Or São Luiz em 2015, o executivo contou ainda com passagens pela atual Prumo Logística, onde liderou a construção de dois enormes terminais portuários, e pelo BTG Pactual.
Planejamento e IPO – Planejamento e IPO – Segundo o CFO, a perspectiva para 2020 na Rede D’Or era de uma dinâmica operacional que apontava para mais um ano de resultados históricos. Todavia, em março a pandemia se manifestou intensamente, causando redução significativa do fluxo de pacientes, fazendo com que a empresa reportasse no segundo trimestre um EBITDA negativo, pela primeira vez, e uma queda no faturamento de 19%. “O maior desafio, sem sombra de dúvida, da minha carreira e para essa companhia foi o primeiro pico da pandemia”, observou Lazcano.
Diante de tais desafios operacionais e financeiros, a prioridade da RedeD’Or foi salvar vidas, e, em conjunto com outras empresas admiráveis – parceiros, lideramos algumas centenas de milhões de reais de investimentos na abertura de mais de 1100 leitos para a população carente em diversas localidades no País.
“De certo e com o objetivo de proteger a liquidez e a estrutura de capital da Companhia, foram levantados mais de R$ 1,5 bilhão junto às instituições financeiras e outras centenas de milhões de capital de giro junto dos fornecedores”, explicou o CFO da Rede D’Or.
Ele destacou que, apesar da pandemia, todas as atividades referentes ao IPO da organização foram mantidas o que, junto a um minucioso planejamento, permitiu realizar a operação no momento propício. “O IPO da Rede D’Or envolveu a soma total de R$11,4 bilhões, incluindo uma tranche primária de R$ 8,4 bilhões, capital primário e musculatura suficiente para a empresa seguir em frente com um processo de consolidação, executando projetos, M&As que invariavelmente resultará em uma empresa pelo menos duas vezes maior ao final de 2025. Tudo isso sem danos para a estrutura de capital da companhia”, sublinhou Lazcano.
O IPO de RedeD’Or foi a 3a maior na história de mercado de capitais do Brasil e, segundo banqueiros, a 2a maior da história de mercado de capitais globais para uma empresa hospitalar.
Tiago Azevedo – O executivo destacou o início de sua trajetória rumo à cadeira n. 1 de finanças com um planejamento de carreira, realizado há 15 anos, com o objetivo de se tornar o CFO de uma empresa que tivesse um impacto econômico e social de relevância no Brasil. CFO do Mercado Livre desde 2018, Tiago teve passagens anteriores como CFO da Hershey Brasil e América do Sul por dois anos, além de ter trabalhado por 13 anos na Unilever, companhia em que se desenvolveu em diversas funções na área de finanças no Brasil, Chile e EUA.
“Posso dizer que nesses anos de Mercado Livre eu vivo essa ambição todos os dias porque sinto e vejo o impacto que a empresa tem tido na economia, nos nossos clientes e no nosso ecossistema. Isso realmente é algo muito gratificante para mim. Amo ser financeiro, amo o que faço e tenho um orgulho enorme do time que montamos no Mercado Livre”, ressaltou Azevedo.
Geração de empregos – O período da pandemia gerou muitas incertezas e mudanças estruturais no comportamento e modo como os usuários interagem com a tecnologia. E esses novos hábitos vieram para ficar. Citando Lenin, Azevedo afirmou que “existem décadas em que nada acontece e há semanas em que décadas acontecem. Aquelas semanas de março de 2020 foram exatamente semanas desse nível”.
Segundo o CFO, com os investimentos em tecnologia e a visão da empresa, talvez a maior contribuição do Mercado Livre nos últimos dois anos tenha sido “a geração de 6 novos empregos diretos e indiretos por hora em num período de extrema necessidade e de muita incerteza”.
Reconhecimento aos CFOs
Segundo João Gumiero, sócio-lider de Marketing Development da Deloitte, nos últimos dois anos os executivos financeiros precisaram exercitar ao máximo as capacidades de reinvenção e de transformação. “Foi preciso inovar para garantir muitas vezes a própria sobrevivência e continuidade dos negócios. Agora esperamos uma fase com mais alegria e a retomada dos negócios. Certamente boa parte dessa força de mercado virá através do trabalho dos CFOs”.
Luciano Idesio, líder do segmento de Corporates da Thomson Reuters no Brasil, afirmou que “o protagonismo dos CFOs vem justamente da sua atuação estratégica, que equilibra os desafios do nosso complexo contexto regulatório, da transformação digital, do mundo pós-pandemia e dos novos requisitos para o sucesso empresarial. “Mais que isso, são esses profissionais que estão ajudando as suas empresas a redefinir o significado do sucesso, gerando uma cadeia de valor social e ambiental, conquistada a partir da governança. Reconhecer os profissionais que desempenham com êxito essa missão é lançar luz sobre as melhores práticas a serem seguidas e as inovações a serem desenvolvidas”.
Sobre a premiação – O Prêmio Equilibrista é a mais significativa homenagem concedida a CFOs em atuação no Brasil, notadamente com a escolha do(a) profissional que mais se destacou no ecossistema de finanças durante o ano da premiação. É reconhecido pela comunidade de negócios como o “Oscar” do setor por homenagear personalidades que se destacaram em meio a suas realizações, ao longo de suas carreiras e atividades exercidas no ano.
O Prêmio avalia a postura de liderança, a forma como foram contornadas situações adversas, a conquista de objetivos traçados, por meio de modernas técnicas de administração, e a colaboração da empresa no setor que atua. Ao vencedor é entregue o troféu “O Equilibrista”, escultura do artista plástico Osni Branco, que simboliza o perfil de um verdadeiro executivo.