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Reunião da Comissão Técnica de Tesouraria e Riscos aborda perspectivas com o Pix

A Comissão Técnica de Tesouraria e Riscos do IBEF-SP, liderada por Camila Abel, se reuniu no dia 13 de outubro para discutir mudanças nos meios de pagamento, especialmente com a chegada do Pix, novo meio de pagamento eletrônico do Brasil que deve dar ainda mais acesso aos meios digitais. O Pix inicia suas operações no dia 3 de novembro de 2020 no modo soft opening, e no dia 16 de novembro deste ano o serviço estará totalmente disponível. Para apresentar o tema aos membros da Comissão, foi convidado Ruan Carreiro, Tesoureiro na Avista CFI . 

Ele explicou como funciona o Pix, pagamento instantâneo que visa o envio e o recebimento de dinheiro em pouco tempo, podendo ser utilizado 24 horas por dia, 7 dias por semana. “O grande diferencial do Pix são três fatores básicos: funcionamento 24 x 7, sem intermitência, a rapidez, e o custo com serviços. Para pessoa física, o Banco Central proibiu as tarifas. Para pessoa jurídica, as instituições podem tarifar”, disse.

Com o Pix, será possível fazer pagamentos de pessoa para pessoa, pagar e-commerce, estabelecimentos, contas e faturas até fazer recolhimento de impostos, taxas de serviços, entre outras possibilidades, sem horário para transferência. Ruan citou ainda a vantagem de se ter apenas uma chave, seja um CPF ou celular ou outro dado para fazer a transferência, não precisando mais fornecer todos os dados de agência bancária e conta para transação. “O cadastro de chaves é feito pelo cliente de maneira simples, ficando vinculada ao banco cadastrado”, explicou Ruan. 

Segundo ele, todo banco deverá ter um gerenciador de chaves que possa ser excluído ou alterado. “Existe ainda um serviço de portabilidade de chave, e basta ir no aplicativo no qual você quer fazer a transferência da chave para migrar para outro banco”, destacou. “Além disso, é possível fazer reivindicação de chaves, ou seja, quando uma chave é cadastrada mas é indicado que está vinculada a outro usuário de maneira errada”.

É possível ainda gerar QR Code para pagamentos, ou a chave manual, conseguido colocar dados manuais na hora da transferência, explicou. “Já o recebimento do dinheiro via Pix pode ser via as chaves ou via QR Code. O QR estático pode ser usado várias vezes. Já o dinâmico contém os dados, por exemplo, do boleto, podendo ser usado uma única vez”, ressaltou. Ruan disse ainda que o Banco Central está prevendo uma série de outros serviços, como o saque, entre outros agregados. “Com a chegada do Pix, TED e DOC tendem a diminuir, mas dificilmente vão acabar. A tendência é cair cada vez mais em desuso”, destacou. “O grande propósito do Banco Central com o Pix é tentar diminuir o uso do dinheiro”, complementou. 

Infraestrutura interna – Uma questão levantada durante a reunião foi a de adaptação do Pix para empresas que possuem grandes sistemas integrados de gestão empresarial (ERP). Ruan explicou que tem acompanhado no mercado que do lado da tesouraria das empresas será feito algum tipo de integração, e o Banco Central liberou padrões que devem ser seguidos. “As empresas terão que se adequar para atender. Ninguém é obrigado a entrar no PIX, ele é opcional”.  

Foram discutidas ainda questões de segurança, como casos de fraude, e o fato do Banco Central exigir que o uso do Pix seja igual ao dos outros serviços bancários, sendo que a instituição financeira não pode influenciar o uso de um serviço ou outro. Os membros da CT ainda compartilharam como está a estruturação de implantação do Pix. Entre as preocupações, está a reconciliação de dados e a estrutura necessária para operacionalizar isso, sendo que são esperadas soluções por parte dos provedores de sistemas. Ruan destacou que provavelmente, ao longo da implantação e vendo como as coisas acontecem, será oferecida uma solução, mas o mercado deve aguardar o impacto das mudanças no futuro.

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