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Sergio Saraiva compartilha rica trajetória profissional até se tornar presidente da Rappi Brasil

O atual presidente da Rappi Brasil, Sérgio Saraiva*, foi o convidado do mentoring IBEF Jovem realizado no dia 18 de junho, por videoconferência. Na ocasião, ele compartilhou com os participantes sua trajetória profissional, marcada por desafios e grandes aprendizados, até chegar na posição atual. “Meu pai era funcionário público, trabalhando de forma dura e honesta, e observando ele, comecei a ver o que eu queria e o que eu não queria”, começou contando Saraiva. Assim, em 1988, foi fazer intercâmbio nos Estados Unidos. Nessa época, pagava a faculdade fazendo entrega de pizzas. “Eu quis entrar no curso de tecnologia e fiz um college de análises de sistemas”. 

Saraiva contou que não pensou em fazer carreira fora do país, mas durante esse período, aprendeu sobre meritocracia. Quando voltou ao Brasil, ainda era estagiário. “Fazia estágio no Citibank, participei de um programa de trainee, e queria a área financeira”. Saraiva passou no programa de trainee na Brahma e foi assim que iniciou sua carreira na Ambev, onde ficou por mais de 14 anos. “Foi onde fiz uma grande carreira. Eu virei gerente com quase 25 anos,” contou.

Para aprimorar seu conhecimento na área em que atuava, Saraiva iniciou uma pós-graduação na FGV, em finanças. Pouco tempo depois, foi promovido para a fábrica de Recife da Ambev, responsável pelo setor administrativo-financeiro. Foi lá onde o primeiro Centro de Distribuição iniciou, em 1996. “Comecei a gostar de vendas e fui promovido para Fortaleza para tocar um centro de distribuição. Minha atuação era no administrativo, financeiro, em logística e em vendas. Depois fui pra Salvador, onde passei 7 meses e fui promovido a diretor corporativo para cuidar de sistema de gestão, métricas de KPI, remuneração variável, bônus e benefícios. Assumi o compromisso de passar 2 anos lá”, destacou. 

Com a expansão da Ambev para outros países da América Latina, Saraiva passou na companhia por momentos conturbados, mas, segundo ele, de muito aprendizado. Trabalhou com engajamento de pessoas dentro de fábricas, sendo promovido até atuar na operação da Ambev no Peru, onde foi responsável por implantar o sistema de gestão da companhia, o que foi outro grande desafio. “Tive o aprendizado de como pegar os melhores da operação e desenvolver para eles tocarem o dia a dia”. Em 2005, se tornou o responsável pela implantação de SAP nas operações da América Latina.

Experiência na China – Foi a partir daí que Saraiva começou a se envolver mais na arte de tecnologia. “O projeto SAP na Ambev não tinha nome, e decidimos nomeá-lo a partir de uma competição. Quando terminou o projeto, fui convidado para atuar na China, onde morei por 5 anos, sendo o primeiro brasileiro da Ambev a morar no país”. Na época, Saraiva cuidou das operações de TI na China e na Coreia. “O objetivo era integrar tudo e maximizar resultado”. Pouco mais de um ano depois, ele acumulou as áreas de tecnologia e RH.

Posteriormente, a Ambev comprou uma operação chinesa e logo depois adquiriu a Budweiser no mundo inteiro. “Eu cuidei da integração das empresas, que acumulou 45 mil funcionários, cuidando de cultura e de gestão de processos”, destacou. Apesar da experiência, desafios e aprendizados, o lado pessoal começou a pesar, e Saraiva decidiu voltar para o Brasil. Ele pediu demissão um ano antes de efetivamente sair da empresa, voltou para o Brasil e se reconectou com pessoas que conheceu na Ambev para fazer sua transição na carreira. 

Trajetória até a Rappi – Após a saída da Ambev, Saraiva comprou, junto com outros parceiros, a empresa de cadeiras Giroflex-Forma. Na época, o objetivo era recuperar a companhia, da qual ele foi sócio, conselheiro e presidente. Mas a empresa não conseguiu ficar em pé. “A empresa pediu autofalência, deixando dinheiro em caixa, estoque para pagar funcionário e fornecedores”, contou Saraiva. Em seguida, passou a atuar na Diletto, se tornando sócio. “O mercado de sorvete é duro, com margens individuais altas, e o custo também”. 

Após um período atuando na Diletto, Saraiva foi convidado pela Cielo para fazer uma mudança cultural de sistema de gestão na empresa. “Tiramos as amarras que prendiam o sistema financeiro da empresa ao passado. Muita coisa andou e a ideia era expandir”. Assim, ele implantou consultorias, entre elas de sistemas de gestão, criando business units. Depois de 2 anos, pediu demissão. 

Para chegar a atuar na Rappi, Saraiva contou sobre seu contato com as pessoas e o quanto valoriza a troca de experiências, que muitas vezes podem marcar a vida profissional de alguém. “Sempre falei com pessoas. Isso, para mim, é uma forma de ajudar e de aprender ao mesmo tempo. É uma troca”. Ele disse que o namorado de uma amiga de sua filha pediu dicas sobre sua atuação na Ambev. Dois anos depois desse episódio, Ricardo Bechara, co-fundador da Rappi no Brasil, o chamou para conversar a partir da indicação desse mesmo rapaz. E foi assim que Saraiva foi convidado a comandar a Rappi no Brasil.

Para isso, passou por 17 conversas com os três fundadores da companhia. Ele começou a atuar como presidente da operação brasileira em janeiro deste ano. “Tem sido um aprendizado”.

Aprendizados – Diante de mudanças tão rápidas no início de sua carreira, sempre como novos desafios, Saraiva se propôs a estudar e se manter atualizado. “Eu não tinha skill de liderar pessoas, mas terminei a faculdade e um ano e meio depois estava na pós-graduação, depois fiz Coppead e Ibmec. Sempre acreditei em estudar e estar aberto ao que as pessoas falam. Tive muitos aprendizados, e para isso é preciso olhar o macro, mas ir também nos pontos-chave”, disse. Saraiva também destacou entre suas experiências acadêmicas um curso em Harvard chamado Owner and President Management Program (OPM). “Esse foi o melhor curso que fiz na minha vida, 6 dias, de segunda a sábado, com estudos de caso intensos”, indicou.

Além dos estudos, Saraiva compartilhou que seus aprendizados também foram marcados pelas suas experiências profissionais. “Adoro finanças, mas os aprendizados ficam em cada uma das fases da carreira. Tentem registrar o take away da função anterior, e o da atual, tendo reconhecimentos próprios”. Ele reforçou ainda a importância do relacionamento com as pessoas para impulsionar a carreira. “Se você ajuda sem interesse, quando precisa de ajuda, vão te ajudar. Isso foi mais um aprendizado. Mas sempre tentem aliar teoria com a prática”. 

Ele reforçou ainda que o segredo de sucesso começa com pessoas e termina com pessoas. “Escolher um time é escolher a pessoa certa no lugar certo. É preciso tentar equilibrar isso com ritmos diferentes. O que é o mais importante em um time? Valor em comum, atitudes, crenças. Eu acredito em transparência, foco em resultado, servir o cliente, mas como é isso no dia a dia? Não precisa ter as mesmas ideias de negócios”, destacou. 

Liderança perante a crise – Diante da situação atual de crise causada pela pandemia do novo coronavírus (COVID-19), Saraiva compartilhou como tem sido a atuação na Rappi para mitigar os impactos do atual momento. “A falta de informação só gera mais incerteza”, destacou. Por isso, a Rappi está fazendo uma comunicação voluntária, desde março, onde geralmente ele, como presidente Brasil, dá um update aos seus colaboradores em reuniões. “A comunicação é fundamental. Nesse momento de crise, o pior comportamento de um líder é o avestruz – enfiar a cabeça no buraco e ficar lá. Temos que nos mostrar abertos.”

Ele disse ainda que o propósito da companhia foi ampliado, estimulando clientes a doarem, por exemplo, testes de COVID-19 para áreas carentes. “Juntamos ainda sete empresas que estão testando comunidades carentes”. Além disso, houve uma mega transformação no trabalho e, para lidar com isso, é preciso de engajamento. “Nessa pandemia, a gente teve a vantagem de não ter sido o primeiro país. Vimos o que estava acontecendo na China, Coreia e Itália. Implementamos um plano antes de março para tomar decisões antecipadamente”.

Como ninguém saiu definitivamente da crise, e alguns países estão até voltando com problemas, Saraiva disse que ainda não dá para falar sobre retomada. “Precisamos ter certeza que o procedimento melhor é ficar em casa. A crise perdura até novembro, dezembro. Mas ninguém sabe o que vai acontecer. Cada dia é um aprendizado”, compartilhou.

*As opiniões expostas no texto foram feitas em caráter pessoal do convidado e não refletem necessariamente a opinião da Rappi Brasil

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