Av. Pres Juscelino Kubitschek 1726, Cj. 151 São Paulo / Itaim bibi +55 11 3016-2121

CT de Tesouraria e Riscos debate gestão de instrumento de hedge

A gestão do instrumento de hedge – proteção das operações financeiras contra o risco de variações de preço – foi o tema principal do debate promovido na manhã desta segunda-feira (05) pelos membros da Comissão Técnica de Tesouraria e Riscos do IBEF-SP. Durante a reunião, a líder da comissão, Camila Abel Correia da Silva, diretora de Tesouraria e Riscos da AES Tietê Energia, agradeceu a participação de todos os membros que estavam presentes para compartilharem com o grupo suas experiências nesse tipo de operação.

Os membros da CT contaram como utilizam a gestão de hedge dentro de suas organizações, sendo que as práticas variaram entre hedge de commodities e de câmbio, com algumas companhias aplicando esse tipo de proteção desde o início da exposição de caixa e outras apenas no início do registro no balanço. Entre os objetivos de utilização de política de hedge mencionados durante a reunião está a proteção de curto e curtíssimo prazo, com menor custo possível, e com uma cobertura que pode chegar a 20% das operações. O hedge de commodities também foi um tópico abordado durante o debate e, nesse caso, a proposta é fazer a proteção para a safra.

Custo – O risco de produção e a decisão por escolher instrumento financeiro mais barato ou mais caro também foi discutido. Em geral, fazer hedge envolve prêmios significativos, conforme compartilharam os participantes, e por isso é importante que a empresa tenha um nível de conhecimento necessário para essa discussão, envolvendo-a em sua estratégia. A decisão sobre buscar proteção total ou parcial pode ser conduzida de diversas formas, inclusive com diferente métricas sobre o VAR – Value at Risk. Por isso, a importância de um alinhamento na comunicação entre as diferentes áreas da empresa e diretoria executiva antes da contratação e derivativos.

Algumas empresas também possuem diferentes políticas a respeito do ponto de início da exposição, a depender do apetite a risco existente para variações existentes de caixa e resultado da companhia.

Desafios – Uma das dificuldades compartilhadas foi sobre o quanto de tempo se deve fixar a proteção, o que pode depender do movimento de mercado ou ser definido dentro da política da empresa, dependendo do budget anual. A comissão também discutiu que a metodologia de apuração pode ser definida pela importação e exportação. Um fluxo de logística é considerado e isso é cruzado com a posição de balanço, além do seu impacto no caixa e resultado para buscar a proteção.

Os participantes compartilharam ainda que, muitas vezes, quem faz essas operações é o backoffice, que olha a exposição, faz contabilização e cálculos de marcação a mercado. Na hora de apresentar os resultados, contudo, uma das dificuldades está em adequar a linguagem para que membros do conselho deliberativo entendam o tipo de operação que foi feita e aprovem. Isso reforçou uma questão no grupo: o desenvolvimento cultural sobre derivativos. Em alguns setores, é mais difícil explicar esse tipo de operação, por exemplo, no agro, por conta dos fatores climáticos. Simplificar a explicação da operação e identificar claramente os fatores de riscos com simulações de cenários e a proposta de instrumentos de proteção é a melhor maneira de expor o assunto.

 

Compartilhe:

Deixe um comentário