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Semifinalistas do Prêmio Equilibrista contam sobre sua trajetória, conquistas e desafios como CFOs

Ocorreu na última sexta-feira, dia 8 de novembro, a apresentação dos semifinalistas do 36º Prêmio Equilibrista, que prestigia o CFO do ano escolhido pelos seus pares, executivos associados ao IBEF-SP. O evento teve patrocínio do Bradesco Corporate e da Deloitte e foi conduzido pelo vice-presidente de advocacy do Instituto, Mario Mafra, que também é CFO da Editora do Brasil. Na ocasião, os finalistas Alexandre Wagner Malfitani, CFO da Azul Linhas Aéreas Brasileiras; Tiago Azevedo CFO do Mercado Livre no Brasil, e Vivianne Valente, CFO do Grupo Tigre, tiveram a oportunidade de contar um pouco sobre suas trajetórias, conquistas e desafios da carreira e como líderes da área de finanças de suas respectivas empresas.

“É uma honra ter os três finalistas, que também foram escolhidos pelos seus pares, e isso é motivo de apreciação, pois já são vencedores”, disse Mafra na abertura, destacando que o evento só é realizado com o apoio dos patrocinadores. Carlos Pedras, do Bradesco Corporate, parabenizou os finalistas. “É uma honra do Bradesco estar participando do evento, somos parceiros do IBEF-SP e o banco continua firme apoiando as companhias. Passamos por um ano desafiador, e em 2020 esperamos ter um ano melhor, mas a mensagem que fica é que cada vez mais o executivo financeiro se diferencia, porque gerir em meio a essa economia não é coisa para amador. Para mim, os três já são vitoriosos”, declarou.

Ronaldo Fragoso, da Deloitte, também destacou a relevância do Prêmio. “Esse é um reconhecimento que os executivos levam para a carreira. A gente apoia e reconhece a importância disso nesse mercado. No Brasil, em tempos de crise, as áreas financeiras são demandadas com complexidades que poucos países têm”. Ele reiterou que o processo que será vivenciado nos próximos anos, de transformação digital, terá mais desafios, mas ainda será preciso conter uma parcela forte de gestão de talentos. “Temos uma responsabilidade conjunta de tratar essa formação de competências nesse novo mundo”. Ele parabenizou aos finalistas pelo trabalho realizado.

Semifinalistas — Vivianne Valente, CFO do Grupo Tigre, fabricante de materiais de construção, contou um pouco de sua trajetória profissional como CFO, que começou há 10 anos. “Passei por várias empresas e desafios diferentes e estou há 3 anos e meio na Tigre. Dentre todas as minhas jornadas, a Tigre tem me exigido mais”, disse. Todo o aprendizado adquirido nesse período é aplicado no grupo, que é uma empresa de 78 anos de existência, e que a partir dos anos 2000 começou a passar por desafios, disse Vivianne. “A empresa passou por alguns períodos turbulentos, e entre eles, a sensibilidade do consumidor ao preço ficou maior, e o Brasil deixou de ser o gerador de caixa da companhia”.

Em 2013, a empresa traçou um planejamento estratégico para fortalecer a marca, começou a diversificar produtos, mas teve que enfrentar barreiras no meio do caminho. “Quando cheguei em 2016, não sabia por onde começar. Minha principal missão foi modernizar a área financeira. E minha primeira iniciativa foi olhar para a equipe e fazer com que ela fosse o catalisador de transformação”, contou Vivianne. “Como agente de transformação que entendo que o CFO deve ser, temos que liderar pra cima, para os lados e para baixo. Traçamos um horizonte junto aos acionistas e definimos o guidance para 2022. Especificamos algumas metas em conjunto para melhorar a companhia. Estamos rejuvenescendo o Grupo Tigre para que a gente possa voltar a liderar o segmento”, complementou.

Alexandre Wagner Malfitani, CFO da Azul Linhas Aéreas Brasileiras, destacou ser muito gratificante ser reconhecido pelos pares na premiação. “Além de ter privilégio de ser CFO da Azul, fui um dos fundadores da empresa, vi ela ir de 0 voos por dia para quase mil voos por dia, que é o que temos hoje. Saímos de seis pessoas para 14 mil, que é o número atual de funcionários. Tive a sorte de presenciar a venda da primeira passagem, e vi a gente ir de 0 a R$ 250 de faturamento, para os quase R$ 12 bilhões atuais. Ver essa causa reconhecida aqui é muito especial”, disse.

Na sua visão, o CFO que fica com responsabilidade de fazer a empresa gastar pouco é muito restrita. “Temos a missão de fazer empresa durar, e para isso temos que encontrar o equilíbrio entre o que o tripulante, o cliente e o investidor quer”. Ele contou que 2019 não foi um ano fácil, e que o próprio setor de aviação é exposto a diversos fatores diferentes. “Mesmo assim conseguimos expandir margem, apesar do aumento de custo. Apesar do vento contrário, geramos valor e riqueza”, contou. “A gente luta contra o câmbio desde o começo da empresa, e ainda assim montamos um modelo que prosperou. Conseguimos criar uma malha e levar serviço aéreo onde não havia, criar capilaridade e novos negócios, como voos internacionais, programa de fidelidade e transporte de carga”. Ele destacou otimismo para 2020.

Tiago Azevedo, CFO do Mercado Livre no Brasil, contou um pouco da história da empresa, que foi criada em 1999. “Hoje estamos valorizados em R$ 25 bilhões, sendo que o Brasil representa 70% da operação. O desafio é diário. O Mercado Livre começou como marketplace, e o Mercado Pago foi criado para intermediar a transação financeira da plataforma, sendo que hoje transaciona R$ 70 bilhões. Também tivemos que atuar em logística com o Mercado Envios, em parceria com os Correios. Os negócios foram evoluindo, passamos por um processo de aprendizado e de estudo para montar essa estrutura, e nosso time de finanças e todas as áreas cresceu 40%”.

Azevedo destacou que a empresa passou por diversas transformações, com muita tecnologia e parceria entre equipes financeiras, de negócios e de operações. “Temos 1,7 bilhão de pagadores e a ambição de democratizar o dinheiro. Lançamos as famosas maquininhas, que são uma forma de captar para contas digitais. Temos um investimento alto e um payback não tão rápido, mas é uma estratégia que merece cuidado em termos de rentabilidade e cria outros canais. O desafio constante é da inovação”, disse. “Tem sido uma jornada interessante. Estamos fechando um ano bom e apostamos no Brasil, esperamos investir cada vez mais e alavancar a democratização do comércio e do dinheiro”, complementou.

Equilibristas contam suas experiências — Antigos vencedores do Prêmio que estiveram presentes na ocasião puderam contar suas experiências ao serem prestigiados. O presidente do conselho de administração do instituto, Luis Schiriak, que foi o Equilibrista de 2006, falou sobre a importância do Prêmio, que é diferenciado pelo processo de escolha. “Os próprios membros do IBEF-SP escolhem os executivos que mais respeitam. Com o Prêmio, você alcança um nível profissional que tem reconhecimento, e é altamente gratificante”, disse.

Keyler Rocha, vencedor da segunda edição do Prêmio, em 1985, disse que ser premiado é um compromisso importante. “Fui o segundo Equilibrista e a emoção que sente um candidato é enorme, pois um executivo de finanças tem que tomar decisões sem que os colegas entendam muito bem das dificuldades existentes. O nome Equilibrista diz respeito à pessoa que consegue se equilibrar para tomar essas decisões em meio às dificuldades. Mas a emoção de quem é premiado é enorme”.

Thomas Brull, vencedor de 2004, contou sobre um episódio que passou na carreira que o ajudou a chegar no Prêmio anos mais tarde. “Em 1997, eu trabalhava na Tectoy numa época em que pedimos concordata. Como era uma empresa de capital aberto, tínhamos sócios grandes e não poderíamos comunicá-los da decisão da concordata. Um dos sócios, que na época não gostou da decisão, me cumprimentou anos depois quando ganhei o Prêmio. Não vivemos só de sucesso, mas o maior Prêmio foi esse telefonema e o reconhecimento de que a gente fez o que deveria ser feito”, compartilhou.

Britaldo Soares foi vencedor de 2007, em uma edição que teve empate. “Foi emocionante ganhar com empate, e eu venci o Prêmio quando não era mais CFO. A história deixa essa lembrança, pois sempre ganhamos o reconhecimento dos pares.  E há muito valor intrínseco nesse reconhecimento”, ressaltou. José Roberto Lettiere foi o vencedor de 2012 e parabenizou aos finalistas e ao IBEF-SP, que por várias décadas vem proporcionando este momento aos executivos de finanças. “Esse Prêmio é muito democrático, contempla uma série de resultados que os concorrentes mostram durante as suas carreiras, e os pares do Instituto têm a possibilidade avaliar e eleger aquele que, por mérito, ganha”.

Eduardo Toledo, vencedor de 2017, declarou que durante toda sua trajetória no instituto, viu companheiros ganhando o Prêmio Equilibrista e sempre se sentiu premiado. “Depois, tive a alegria de ser premiado em um momento mais a frente na carreira. A repercussão é impressionante. Queria dizer aos finalistas boa sorte nesse processo”. O laureado de 2018, Marcelo Bacci, da Suzano, que não pode estar presente na ocasião.

As votações para o Prêmio Equilibrista — CFO do Ano 2019 vão até o dia 22 de novembro. Garanta seu voto! Acesse: https://www.equilibrista.ibef.net.br/eleicao/index.asp

 

(Reportagem: Bruna Chieco)

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