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Transformação das carreiras foi o principal tema do mentoring do IBEF Jovem com Roberto Catalão

Há 32 anos na área financeira, o CFO da Claro, Roberto Catalão, compartilhou com os participantes do mentoring do IBEF Jovem sua experiência profissional, sempre envolvendo transformação. “Comecei minha carreira como escriturário e fui para um estágio que foi um marco na área de investimentos. Aprendi muito, fiquei quase dois anos, e de lá saí para minha grande formação profissional, a Coopers & Lybrand, empresa de auditoria que posteriormente se fundiu com a Price Waterhouse e virou a PwC”, contou. “Minha grande escola foi a consultoria”.

Formado em Ciências Contábeis pela UFRJ e pós-graduado em Finanças Corporativas pela PUC-RJ, ele atentou para o fato de que nessa área, os profissionais precisam sempre estar antenados. “A figura de auditor e consultor foi ficando engessada ao longo do tempo, mais quadrada, e é comum esse tipo de transição para que o mercado comece a te enxergar de outra forma”, destacou.

Catalão passou ainda pela Embratel, Net, e está há 16 anos no Grupo América Móvil, sendo que no Brasil a Claro é a segunda maior empresa do segmento de telecomunicações, atuando na área financeira com um time de 1,4 mil pessoas que englobam diferentes subsetores, fora do modelo tradicional. “É muita responsabilidade e com o sangue financeiro, queremos otimizar, principalmente no mundo atual onde a palavra é digitalização. Por exemplo, estamos terceirizando parte de tesouraria e cobrança”, contou.

Transição para área financeira – Roberto Catalão entrou na área de auditoria em 1990, em uma época em que as empresas se comparavam. “Sempre senti na minha vida que não é isso que vai resolver meu problema. Se temos uma meta de onde queremos chegar e o que estamos fazendo, isso é detalhe. O foco deve estar na meta, e o reconhecimento virá naturalmente. Eu tinha cerca de 35 anos quando passei pela transição para a área financeira, em 2003. Hoje nem me vejo na área de auditoria. Achei que era o timing de mudar. Foi minha principal escola em termos de formação e uma das características que temos que adquirir é o conhecimento”, compartilhou.

As competências mais críticas nas transições, segundo Catalão, envolvem poder aprender com perfis profissionais diferentes. “Como eu tive uma formação técnica, minha tendência sempre foi contratar bons técnicos. E sempre fui muito centralizador. Uma coisa que aprendi com pessoas com perfis diferentes foi parar de centralizar. Contrate pessoas que complementam seu conhecimento, melhores que você. Hoje tenho uma preocupação em deixar as coisas encaminhadas para que não dependam só de mim”, ressaltou.

“Busquem se diferenciar. Peguem experiência. Mas o mais importante é sua energia”, deu a dica para os participantes do mentoring. Segundo ele, sua atuação hoje é em uma área onde a tecnologia está muito inserida, com muita transformação. “Apesar de tudo, sou mais exposto a usar criatividade”, ressaltou. Trabalho e dedicação também foram palavras usadas por Catalão como incentivo para formação de profissionais. “Os tempos mudaram, hoje se fala em vocação, e o ensino é muito tradicional. As empresas ainda buscam essa referência, mas é possível que isso mude. E eu passei por diversas ondas de transformação”, contou, ressaltando que a capacidade de adaptação aos momentos de mudanças é fundamental.

Engajamento na causa – “Sempre me dediquei a todas as empresas que trabalhei. Em um segmento muito dinâmico como telecomunicação, não tem como não ter essa dedicação”, disse Catalão. Ele ressaltou, contudo, que a questão cultural das empresas faz diferença. “Na Embratel, na Net e na Claro, as pessoas têm alguns anos de casa, estão há mais de 40 anos na empresa. Isso mostra a diferença e o quão desafiador é transformar uma empresa”.

Transformação –  A transformação da indústria também é um desafio na carreira de Catalão, que lida diariamente com tecnologia e sabe que o segmento ainda passará por grande mudanças. “Nosso desafio é que o setor se transforme na velocidade necessária, pois são empresas tradicionais, com outra forma de pensar e agir. Queremos ser agregadores de valores. Essa não é uma tarefa simples. Mas preciso me antenar”. Como CFO, lidar com inovações tecnológicas requer atenção. “Estou ali para analisar como viabilizar o ‘sim’, mas minha tarefa é tomar melhor decisão para ter mais previsibilidade de caixa”.

Nesse sentido, o perfil das contratações também deve mudar, para que os profissionais sejam menos especializados em artigos, parágrafos e incisos, são competências robotizadas. “Já estamos contratando pessoas que não necessariamente são especialistas, mas mais voltados para inovação. Acredito que haverá uma grande mudança no perfil das profissões, e não necessariamente elas vão sumir. Mas não há consciência ainda das pessoas que precisamos ter perfis inovadores”.

Ao final, Catalão deu a dica: “Temos que nos manter aprendendo para todos os lados. O mundo corporativo que vivemos é uma arte. A inteligência emocional e o relacionamento são essenciais”.

IBEF Jovem — O IBEF Jovem promove encontros de Mentoring, com o objetivo de incentivar o desenvolvimento da carreira, por meio do diálogo e do aconselhamento com líderes experientes. O núcleo é patrocinado pela plataforma Antecipa, que determina, por meio de algoritmos e análise de dados, a taxa de desconto da antecipação de recebíveis para cada transação, usando um mecanismo de leilão por meio de uma avaliação da oferta e demanda. Acesse: www.antecipa.com

(Reportagem: Bruna Chieco)

 

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