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Conheça os finalistas do Prêmio Revelação em Finanças 2021

Os autores dos trabalhos finalistas ao Prêmio Revelação em Finanças 2021 apresentaram seus projetos no dia 21 de outubro, em um webinar que reuniu os 49 membros da banca de avaliação. A live foi conduzida por Leonardo Giusti, coordenador da 18ª edição do Prêmio e sócio-líder de Business Consulting da KPMG no Brasil, empresa patrocinadora da iniciativa. 

O Prêmio Revelação em Finanças IBEF-SP é voltado ao profissional, ou grupo de profissionais, com idade limite de 35 anos, que venha a apresentar um trabalho que resultou em uma solução de inovação para sua empresa, organização não-governamental, órgão da administração pública ou instituição educacional, notadamente na execução das funções da área de finanças. Nesta edição, foram inscritos 29 projetos, de 25 empresas e instituições de ensino.  

A banca examinadora do prêmio é composta por CFOs de empresas líderes em diversos segmentos de atuação, membros das principais instituições acadêmicas em finanças e por vencedores de edições anteriores da premiação. Segundo Giusti, a avaliação dos trabalhos considera os seguintes critérios: a autenticidade, a criatividade e inovação, a aplicabilidade, o resultado prático mensurável e a apresentação oral dos trabalhos. 

Reconhecimento aos jovens talentos

Na oportunidade, Luciana Medeiros, presidente da Diretoria Executiva do IBEF-SP, agradeceu a todos que impulsionaram e divulgaram o Prêmio Revelação em Finanças, e ressaltou a importância da iniciativa para o instituto. “O prêmio tem uma história muito bonita de reconhecimento dos jovens executivos em relação aos seus trabalhos. Para garantir sua perenidade, o IBEF-SP precisa ter consigo os executivos que, no futuro, estarão liderando, sendo CEOs e CFOs das companhias. Em breve, teremos esses jovens em nosso Conselho e na Diretoria Executiva, participando conosco no dia a dia. É um grande prazer, e quero aproveitar para dar os parabéns a todos e a todas que participaram. Conhecimento bom é aquele que podemos compartilhar e esse prêmio é exatamente isso: uma oportunidade para compartilhar essas ideias dos jovens executivos que vêm aqui apresentar seus trabalhos”.

O primeiro vice-presidente do IBEF-SP, Luis Carlos Cerresi, agradeceu à patrocinadora KPMG, aos apoiadores Saint Paul e Cel.Lep, à banca julgadora, aos finalistas e a Leonardo Giusti, que liderou a premiação. “O prêmio tem tido uma qualidade muito boa e se consagrou no mercado. Tão importante quanto a quantidade foi a qualidade dos projetos. Foi muito difícil para a banca selecionar os finalistas, pois os trabalhos são de altíssima qualidade. Todos que participaram ficarão felizes de levar essa reputação do prêmio para suas carreiras e suas vidas”. 

Jean Paraskevopoulos, sócio-líder de Clients & Markets da KPMG no Brasil e na América do Sul., destacou a sólida parceria entre a organização e o IBEF-SP e o apoio especial a esta iniciativa. “O prêmio tem sido patrocinado pela KPMG desde o início, premiando 53 jovens executivos e distribuindo mais de R$ 1 milhão em prêmios concedidos. Uma iniciativa só se transforma em sucesso quando tem as pessoas certas garantindo essa caminhada. Por isso, quero agradecer a todos que fizeram parte dessa trajetória. Apoiar o talento dos jovens e contribuir para o fomento das futuras gerações de brilhantes executivos é motivo de muito orgulho, alegria e satisfação para a KPMG”. 

Confira abaixo os três trabalhos selecionados. 

Cash is king – Transformando o capital de giro e a geração de caixa com ferramentas e processos inovadores” – O trabalho é de autoria de Lucas Chiquino, Vitor Silva e Marcos de Andrade Sá, da Nutrien Soluções Agrícolas. Durante a apresentação, Chiquino destacou que o mercado de agronegócio trabalha com prazos longos de vendas. Além disso, o crescimento da Nutrien ocorre através de aquisições de outras empresas, que muitas vezes apresentam deficiência de caixa, de processos e de sistemas. Para que o setor de finanças pudesse conquistar o protagonismo nesses desafios, que interferem diretamente no caixa da empresa, foi necessário estudar os cenários e aplicar os melhores métodos possíveis, fazendo com que surgissem três principais iniciativas: a estruturação de crédito, o Fundo de Investimento em Direitos Creditórios Nutrien (FIDC) e o Supplier Financing.  

Segundo Chiquino, foi necessário realizar uma reestruturação para enfrentar o desafio de unificar e padronizar os processos, regras e políticas de crédito, a fim de sustentar as operações da empresa em nível nacional.  “A reestruturação resultou em uma cobrança mais efetiva, um crédito mais robusto e na uniformidade dos processos”, afirmou. 

Já o FIDC Nutrien foi arquitetado pensando em resolver o problema dos prazos do mercado de agronegócio. A sua implementação passou por muitos desafios, da aceitação do cliente à integração de diversos sistemas de informação para gerar uma única base de dados. “Os FIDCs Nutrien oferecem ao cliente 30 dias a mais de prazo e 1% de desconto, o que nos torna muito mais atrativos. Além disso, como a carteira é pulverizada, os FIDCs apresentam riscos mitigados. Essa ferramenta nos ajudou a alavancar as vendas”, explicou. 

Supplier Financing, por sua vez, foi desenvolvido com a intenção de encontrar soluções mais viáveis em um cenário no qual “os fornecedores de insumos apresentam condições de pagamento à vista de curtíssimo prazo, juros altíssimos em caso de alongamento de prazos, e no qual o custo médio da matéria-prima apresenta aumentos agressivos mês a mês, além do fato de termos volumes altos de exportação em diferentes mercados cujas políticas de negociação muitas vezes são fechadas ou quase inflexíveis”, esclareceu o representante da equipe da Nutrien. 

Após a implementação do FIDC Nutrien, Chiquino afirmou que as contas a receber apresentaram uma redução de R$ 174 milhões nos 12 meses seguintes a maio de 2020, com redução do Days Sales Outstanding de 34% no mesmo período. Por outro lado, as contas a pagar apresentaram um aumento de R$ 218 milhões devido ao alongamento de prazos e uma melhora de 100% no Days Payable Outstanding da empresa. “Com todos esses resultados, conseguimos reduzir 51% do working capital sobre vendas”. 

“Inovação em estrutura financeira para alavancar novos produtos” – Bruna Silva, Larissa Ceratti e Lucas Fam, da Pravaler, são os autores do trabalho.  Durante a apresentação, Bruna Silva relatou que a empresa está crescendo de forma acelerada, com a adoção de um reposicionamento e aprovação de um novo plano de negócios. Neste sentido, a demanda por novos produtos para atender novos mercados, seguindo quatro pilares (agilidade, escalabilidade, governança e rentabilidade), exigiu o desenvolvimento de diferentes estruturas dentro da empresa. O desafio para a equipe de finanças era criar uma estrutura ágil e flexível – absorvendo desde MVPs até a escala – com custo de capital competitivo para suportar o novo produto, o dimensionamento de riscos e a governança para investidores.   

Segundo Bruna, o foco era transformar a estrutura fundrising de adaptável para modular, diminuindo, assim, o esforço para o lançamento de novos produtos. Essa evolução do modelo de fundrising visando uma estrutura modular com FIDCs e securitizadora financeira permitiria uma agilidade maior e um real dimensionamento de preços, especialmente para novos produtos. “Criamos uma estrutura leve, modular, que vamos construindo à medida que o produto vai chegando. O produto financeiro está extremamente conectado com a necessidade do cliente e do mercado”, explicou.   

Essa transformação na estrutura de funding gerou sinergias como: o baixo impacto no custo de capital total da companhia; uma maior eficiência do modelo, que permitiu um preço mais competitivo do produto; a possibilidade de emissão de debêntures com selo social, que permitiram o acesso a novos investidores com foco em emissões de impacto; a agilidade, que garantiu maior flexibilidade para testar novas modalidades de concessão de crédito e jornada para o cliente.  

Com relação aos benefícios na estrutura de capital, segundo Lucas Fam, a reestruturação realizada gerou uma eficiência na captação em relação aos concorrentes. Após as mudanças, a Pravaler é capaz de captar recursos com um custo 120% menor em relação ao concorrente que atua no segmento de tecnologia e 20% inferior ao concorrente que atua nos mesmos segmentos da Pravaler.  

Liability management com sustentabilidade nas novas emissões” – O autor do trabalho é o Gabriel S. C. Leite, da Rumo. Gabriel informou que, em dezembro de 2020, a empresa apresentava uma dívida bruta de R$ 16 bilhões, com duração de 4 anos e custo de 159% do CDI, sendo apenas 17% atrelados a questões ambientais, sociais e de governança – ASG. Ao longo de 2021, a empresa conseguiu uma redução de custo e o alongamento da dívida, através da diversificação de fontes e com uma ênfase em ASG. 

Conforme contextualizou o autor do trabalho, em fevereiro de 2021, a Rumo emitiu a primeira debênture ICVM400/12431 de infraestrutura do mercado no ano, com um total de R$ 1,2 bilhões (15ª emissão Rumo). Em março do mesmo ano, a empresa realizou o pré-pagamento do Bond 24, no valor de US$ 750 milhões (Bond emitido em 2017), simultaneamente à internação do GreenBond 28, no valor de US$ 500 milhões (Bond emitido em 2020). No mês seguinte, abril, a Rumo emitiu a primeira debênture ASG de infraestrutura do mercado local (2ª Malha Paulista), no valor de R$ 1,5 bilhões, finalizando o case com a emissão de debênture “com o melhor custo do mercado desde 2019, no valor de R$ 1,04 bilhão” (16ª emissão Rumo). 

De fevereiro a julho, a empresa emitiu duas debêntures ICVM 400/12431 (15º e 16ª debêntures Rumo) no mercado local para a captação de R$ 2,2 bilhões. “A grande sacada da companhia foi estar sempre atenta às janelas de mercado, buscando o melhor momento e estando pronta para emitir as debêntures quando as janelas abrissem”, explicou Gabriel. A 15ª emissão foi a mais barata, teve o maior booking nos 6 meses que antecederam a operação e, até hoje, é o maior booking do mercado local no ano, enquanto a 16ª emissão é a operação mais barata desde 2019 quando comparada ao spread sobre os títulos do governo.  

Na recompra do Bond 24, com a implementação de uma estratégia de desmonte do swap e a realização do recall do Bond 24, a Rumo apresentou o maior lucro histórico no primeiro trimestre. O Bond 24 “foi uma emissão realizada em 2017, quando o nível de crédito da companhia não era tão consistente como hoje. Tratou-se de uma operação emitida a quase 8% a.a. em dólar e ‘swapada’ para 145% do CDI. A forma como conduzimos o desmonte do swap foi essencial para o sucesso de liability management da operação, pontuou o executivo da Rumo. Com relação à internação do Bond 28, Leite afirmou que devido ao benefício fiscal da estrutura, a Rumo deixa de pagar US$ 4,6 milhões ao ano de withholding tax, ganho tributário sem impacto na dívida.  

Com a emissão da primeira debênture ASG de infraestrutura da história do mercado local em abril de 2021, a Rumo reafirmou seu compromisso com a sustentabilidade. Com essa operação, a empresa foi a primeira do Brasil a realizar uma operação de sustainability-linked debênture amparada na lei 12.431, sendo essa a maior e mais longa operação de SLD da história do mercado local até o momento da emissão (abril 2021). Com essa transação, a empresa assumiu o compromisso de antecipar para 2023 a sua meta de redução de suas emissões específicas de gases de efeito estufa. “Além de toda a vanguarda da operação, temos a satisfação em conseguir traduzir todo o desafio ambiental no custo da operação. Nessa operação, conseguimos ver uma eficiência de custo por ser um ASG. Quando entregarmos a meta em 2023, a partir de junho de 2024, a Rumo terá um step down na taxa e passará a pagar menos juros”, explicou o autor do trabalho. 

Após a implementação do processo de liability management, a companhia apresentou um reperfilamento da dívida, aumentando a duration de 4 anos para 5 anos e 3 anos meses, com relevante redução no custo médio da dívida e maior alocação em operações ASG, concluiu o representante da Rumo.  

Cerimônia de Premiação – Ao final das apresentações, a banca e os demais convidados presentes fizeram perguntas aos finalistas e realizaram a votação com notas de zero a três, consolidadas posteriormente pela equipe do IBEF-SP. Em seguida, os participantes participaram de uma wine class conduzida por Rosa Maria Costa, coordenadora de eventos do IBEF-SP, seguida pela degustação do vinho que foi enviado a todos os participantes. 

O vencedor do Prêmio Revelação será conhecido em uma live realizada ao vivo no canal no YouTube do IBEF-SP, no dia 9 de novembro, das 18h às 20h.  O autor ou autores do trabalho premiado pela comissão julgadora receberá diversos prêmios, incluindo: o troféu Revelação em Finanças; R$ 15 mil em dinheiro; uma bolsa para curso em São Paulo do MBA Executivo em Finanças da Saint Paul Escola de Negócios; uma bolsa de estudos de um módulo + material didático para o idioma inglês ou espanhol em 2022, oferecida pela Cel.Lep;  associação gratuita ao IBEF-SP por um ano ou, se associado, isenção por 18 meses;  uma bolsa no curso Risk University Senior Level em 2022. Já os ganhadores do segundo e terceiro lugares serão contemplados com uma vaga cada no portfólio de cursos de 2022 da KPMG Business School. 
 

A empresa ou instituição em que o(s) vencedor(es) atua(m) será premiada com a placa “Incentivo ao Talento a Jovens Executivos”, entregue posteriormente ao CEO ou ao CFO. 

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