Av. Pres Juscelino Kubitschek 1726, Cj. 151 São Paulo / Itaim bibi +55 11 3016-2121

IFRS 16 e Novo Relatório do Auditor são discutidos pela Comissão de Controladoria e Contabilidade

Mudanças introduzidas pela norma contábil internacional e pelo novo relatório do auditor independente foram temas da reunião técnica, realizada nesta terça-feira (27).

Em vigor a partir de janeiro de 2019, a IFRS 16 distingue os conceitos de leasing financeiro e leasing operacional nos contratos de aluguel, e mensura seus impactos nas demonstrações financeiras. 

¨A Controladoria ganha importância para interpretar e orientar os contratos, identificando potenciais riscos e os impactos para a operação como um todo¨, destacou Debora Santille, membro da Comissão e conselheira independente, responsável pela apresentação do tema.

Pela primeira vez, os arrendamentos serão reconhecidos no balanço patrimonial do arrendatário. Deverá ser registrado um passivo para pagamentos futuros e um ativo intangível para o direito de uso, observou a palestrante.

Reunião técnica da Comissão de Controladoria e Contabilidade

As mudanças introduzidas pela IFRS 16 visam dar maior transparência aos investidores sobre eventuais dívidas das organizações que estavam ocultas no balanço. 

São outros pontos de atenção em relação a IFRS 16:

A definição de arrendamento abrange todos os contratos que dão direito ao uso e controle de um ativo identificável, incluindo contratos de locação, e potencialmente, alguns componentes de contratos de prestação de serviços. 

As despesas do arrendamento não serão mais reconhecidas de forma linear. Essas serão contabilizadas como despesa de juros e amortização, sendo que a despesa total de arrendamento será maior nos primeiros anos de contrato. 

Os elementos variáveis dos pagamentos de arrendamento não serão considerados no cálculo do passivo, sendo registrados como despesa operacional. Um exemplo é um contrato de locação de varejo com parte dos pagamentos baseada em vendas, citou Debora. 

Os ativos e passivos de arrendamentos deverão ser divulgados separadamente nas demonstrações financeiras, existindo novas exigências de divulgação.

Apesar de alterar radicalmente a contabilidade do arrendatário, a nova norma não traz mudanças significativas para a contabilidade do arrendador. Contudo, pode haver impactos fiscais relevantes, alertou Fernanda Malta, gerente tributária da SBA.

Acesse aqui a apresentação para ver os 9 principais pontos de impacto da IFRS 16 para as empresas.

Relatório do auditor independente 

Debora Santille, conselheira independente

A grande novidade deste modelo, já em vigor para 2017, é a criação da seção ¨Principais Assuntos de Auditoria¨. ¨Passa a existir uma figura mais ampla de julgamento do auditor¨, observou Debora.

Na nova seção, dificuldades para obter informações, inconsistências de dados e riscos identificados na operação durante a auditoria serão relatados pelo profissional. O auditor deverá alertar os órgãos de governança da companhia, antecipadamente, sobre os pontos de atenção encontrados.

¨O auditor não ficará preso aos livros contábeis. Ele circulará mais pela empresa e fará perguntas sobre o negócio que podem não ser usuais¨, completou a palestrante.

As alterações impactam as empresas auditadas. ¨A responsabilidade do auditor independente e da administração sobre a análise das demonstrações financeiras será cada vez maior¨. 

Próxima reunião – A Comissão de Controladoria e Contabilidade voltará a se reunir em 24 de agosto. O tema da discussão será IFRS 15.

(Reportagem: Débora Soares)

Compartilhe:

Deixe um comentário