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RESUMO – REUNIÃO DIRETORIA VOGAL – 27-01-2023

2023 traz um cenário bem desafiador à frente, após um 2022 difícil. Essa visão foi compartilhada pelos CFOs de diversos setores, em nossa primeira reunião da Diretoria Vogal no ano, realizada nesta sexta-feira (27).

Os depoimentos confirmaram os resultados da pesquisa da PwC feita com mais de 4.440 CEOs em mais de 100 países, apresentada neste mês no Fórum Econômico Mundial: 73% dos líderes globais estão pessimistas com o crescimento econômico global para os próximos 12 meses. “O foco de preocupação deste ano será lidar com a inflação e a instabilidade econômica, com um pouco de riscos cibernéticos”, observou Marcelo Cioffi, sócio e líder de mercado de clientes da companhia.  

Durante a rodada setorial, vários executivos ligados à indústria de serviços financeiros relataram que a inadimplência está em alta nas famílias, com menor renda disponível. Para as empresas, há perspectiva de aumento nos pedidos de recuperação judicial.

Rosana de Pádua, CEO da seguradora Coface, traduziu em números: são 70 milhões de pessoas físicas e 7 milhões de pessoas jurídicas inadimplentes no Brasil. “Vemos preocupação das empresas com a saúde da sua cadeia de fornecedores”, notou. “O caso Americanas terá desdobramentos que ainda desconhecemos. O mercado de crédito será dividido entre antes e após esse evento”.

Bancos e empresas serão mais seletivos em relação à concessão de crédito, que deve ficar mais restrito nos próximos meses. Diversos CFOs notaram que novos investimentos devem desacelerar e merecerão lupa, dado o custo de capital elevado.

Haverá também grande atenção nos próximos meses em relação à política econômica do novo governo, a possível revisão das metas de inflação pelo Banco Central e a discussão sobre a reforma tributária.

“É um momento de ter foco da ‘porta para dentro’ e os fatores que conseguimos controlar: eficiência operacional, gastos, frente a muitos outros remédios que estamos aplicando”, afirmou Luis Carlos Cerresi, CFO da Nutrien e 1º. Vice-Presidente do IBEF-SP.

Charles Krieck, CEO da KPMG e conselheiro de administração do Instituto, destacou três pontos cruciais para as empresas trabalharem: automação e transformação digital para obter eficiência e contenção de custo; gestão dos talentos que sofrerão enorme pressão; e expectativa de avançar na agenda ESG.

Ao final da reunião, Krieck trouxe uma mensagem de otimismo, mesmo em um cenário de “tempestade perfeita”. “Não é a primeira vez que passamos por uma situação desafiadora no mercado. E, pensando no futuro, não será a última. Juntos, como comunidade de CFOs e comunidade empresarial, podemos trabalhar para minimizar esses efeitos, na medida em que começamos a investir e trabalhar a moral de pagamentos de uma forma diferente”.

Agradecemos aos executivos(as) que foram os speakers desta reunião: Aurelio Oliveira (Enel), Aury Ermel (China Construction Bank), Jose Antonio Filippo (Grupo Fleury), Priscila Grecco (Itaúsa), Silvano Boing (Global), Breno Perez (Banco Alfa) e Rosana Pádua (Coface).

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