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Tecnologia auxilia CFOs a gerarem valor às empresas, tornando-as mais cognitivas

O mercado tem passado por uma disrupção acelerada dos negócios, o que força os CFOs a abordarem questões críticas relacionadas a custos, insights e agilidade. O C-Suite Study, uma pesquisa feita pela IBM com executivos financeiros verificou quais os fatores externos que impactarão as empresas nos próximos 2 a 3 anos, e tecnologia foi apontada como a maior influência que afetará as organizações. Ainda dentro dessa pesquisa, quando perguntados sobre qual é a maior ameaça em relação à competição, 74% dos CFOs responderam que são os concorrentes usando tecnologias ou abordagens inovadoras. Diante disso, os próprios CFOs são protagonistas na geração de valor das empresas com o apoio de tecnologias emergentes. 

A maneira que essa disrupção já está sendo conduzida dentro das empresas e as tendências desse processo foram temas do webinar CFO Insights: A Contribuição do CFO para a Empresa Cognitiva, realizado pelo IBEF-SP no dia 26 de agosto, com participação da IBM. Roberto Catalão, CFO da Claro Brasil e membro da diretoria executiva do Instituto, mediou o painel. Participando como painelista, Carolina Leal, executiva de finanças da IBM Services LA, destacou novos modelos de negócios com os quais as empresas terão que atuar. “Os consumidores estão exigindo produtos e serviços diferentes, com acesso on-line, e isso acarreta novas formas de trabalho. Essas tecnologias permitem que os colaboradores tenham um foco mais analítico, com maior empoderamento, e todas essas tecnologias trazem um novo patamar de operação e possibilidade de atuação de CFOs e, claro, de outros executivos dentro das empresas”, diz.

Roberto Catalão supôs que essa visão dos CFOs seja muito em função de que esse processo transformacional de uma empresa, por demandar muito tempo, acaba concorrendo com o dia a dia das atividades de finanças. Catalão mencionou que, pela relevância do tema, a Claro possui uma área específica de inovação, mas para que esse processo de transformação seja efetivo, a área de finanças tem um papel fundamental, sendo necessária uma mudança cultural. “A dinâmica é outra, logo o processo de governança precisa ser revisto, obviamente sem perda de controle; há que se rever inclusive o perfil dos profissionais que temos que buscar”. ressalta.

Já Guto Lopes, executivo de Cognitive Process Services da IBM Services LA, e também participante do painel, ressaltou a importância de se buscar modelos diferentes, sendo que cada vez mais empresas estão adotando modelos autossustentáveis (ecossistemas) que permitem aos CFOs adotarem tecnologias exponenciais. Carolina complementou dizendo que a área de finanças das empresas está discutindo sobre automação. “Com a adoção de automatização, é possível direcionar os talentos para funções de maior valor agregado”, afirma.

Empresa cognitiva – A empresa cognitiva requer uma nova mentalidade para reinventar o negócio por meio da tecnologia e do fator humano. Carolina Leal explica que muitas vezes é preciso, de fato, buscar novas skills de maneira contínua. “Nas empresas cognitivas, temos uma camada de infraestrutura e muitas têm migrado para nuvem. Há ainda outras camadas de dados e tecnologias exponenciais, com uso grande de inteligência artificial, automação, e o advento 5G e a Internet das Coisas”. Em cima disso há processos da área financeira que não podem deixar de lado a parte cultural e de qualificação e foco nos talentos. “A busca por uma melhoria da experiência do colaborador, do cliente e dos fornecedores tem sido cada vez maior”, diz Carolina. 

Diante disso, o CFO deve ser protagonista na liderança desses processos de transformação cognitiva de sua empresa. “Temos visto CFOs direcionando essas estratégias de inovação, dando exemplo para o restante da organização”, explica Carolina. Para isso, é preciso redesenhar os fluxos de trabalho, passando por um novo processo e olhando tecnologias exponenciais e complementares que ajudam a elevar o patamar de finanças.  

Dados – Um desafio dentro desse processo é o uso de dados em conjunto com fluxos de trabalho, gerando resultados positivos para a empresa. Roberto Catalão compartilhou algumas experiências de uso de tecnologia para melhorar processos, como a redução do índice de inadimplência. “O processo foi tão bem sucedido que há uma oportunidade de transformar essa área em geradora de receita”.

Guto Lopes complementa dizendo que tecnologias como blockchain ajudam na validação de dados, otimizando processos. “Temos que cada vez mais buscar isso. A tecnologia cognitiva não resolve apenas um único problema”. Os especialistas afirmam ainda que as empresas que têm melhor desempenho são aquelas nas quais o CFO teve um papel importante para fazer digitalização da operação e promover, de maneira inovadora, o uso dos dados. “Os CFOs que estão na vanguarda têm muito foco em utilização de dados como alavanca de valor e para trazer insights e melhorias aos negócios”, diz Carolina. 

Ela afirma que o uso dos dados integrados com novas tecnologias visa potencializar os resultados que as empresas podem implementar. “As organizações possuem uma função financeira organizada em silos, mas o uso da tecnologia pode promover maior visibilidade. Temos ausência de dados on-line, em tempo real, e o tempo concentrado em atividades de maior valor agregado é limitado”, diz Carolina. “As tecnologias atuais dão uma oportunidade enorme para se focar em um modelo mais digital, ágil, cognitivo e que gera experiência mais positiva ao cliente”, complementa.

Automação cognitiva – Carolina Leal destaca que a tendência das empresas é ter uma força de trabalho híbrida, unindo a força digital por meio de tecnologias e conceitos de automatização, visando aumento de eficiência operacional, com a desmaterialização das operações e a capacidade de crescimento escalável. “Hoje é possível, basicamente, emular um comportamento do que você fazia no passado em um processo repetitivo, automatizando-o”, explica. 

Guto Lopes ressalta que, diferente da automação tradicional, a automação cognitiva é muito além do que o mercado conhece como processos automatizados, podendo se chegar a um novo patamar. “É possível trazer outras funcionalidades para a força digital. A força de trabalho deve interagir com resultados gerados, promovendo uma verdadeira mudança cultural. Conseguimos quebrar paradigmas e desafiar, inclusive, a máquina a resolver questões e desenvolver soluções”. Segundo Carolina, as capacidades cognitivas aliadas às novas tecnologias de automação e analíticas é a abordagem que melhor consegue alavancar todo o potencial de produtividade ainda inexplorado em uma empresa.

Processos de transformação – Os participantes do webinar discutiram alguns exemplos de transformação digital, entre eles nos bancos, que agora enfrentam ainda o desafio da concorrência com fintechs. “Cada vez mais a gente vê parcerias que viabilizam uma maior rapidez de financiamento à infraestrutura”, diz Catalão. Na área de telecomunicações, a explosão de dados exige cada vez uma infraestrutura melhor, e essas parcerias de financiamento devem ganhar ainda mais força.

Para alguns segmentos, os ganhos graduais não são mais suficientes para o que o negócio requer, e é preciso se reinventar. Carolina cita o uso de fluxos de trabalhos inteligentes, que criam uma camada de orquestração ligando os processos de ponta a ponta, conectando os sistemas de empresas de maneira não intrusiva em uma plataforma só. “Esse modelo tem surtido efeito positivo aos nossos clientes. Focamos em uma orquestração olhando processos não como automações isoladas, mas sim de ponta a ponta, integrando dados e regras de negócios de forma automática, emulando o trabalho do analista, e com o talento focado nas atividades de valor agregado”.

Segundo Guto, a visão da IBM é que as empresas terão, no futuro, uma grande plataforma controlando o fluxo da empresa. Para os participantes do webinar, essa capacidade de transformação determinará o futuro dos negócios das empresas.

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